Competências e habilidades para novos cenários profissionais

A transformação de carreiras e profissões sempre aconteceu. Se, por exemplo, em um determinado período da história, a produção de caixas de madeira para rádios e TVs andou a todo vapor, em poucas décadas a demanda por esse tipo de produto se extinguiu. Ou as fábricas dedicadas a isso faliram, ou tiveram de se adaptar.

Embora esse cenário de metamorfoses não seja novo, atualmente essas mudanças acontecem de maneira mais acentuada e acelerada. Segundo o Relatório sobre o Futuro dos Empregos 2023, do Fórum Econômico Mundial, espera-se que cerca de 23% dos empregos mudem até 2027, com 69 milhões de novos ofícios criados e 83 milhões dos existentes sendo eliminados. 

Os empregos de crescimento mais rápido são os de especialistas em inteligência artificial e aprendizado de máquina, especialistas em sustentabilidade, analistas de inteligência de negócios e especialistas em segurança da informação. Além disso, o maior crescimento absoluto é esperado nos setores de educação, agricultura e comércio digital.

Para Saadia Zahidi, diretora administrativa do Fórum Econômico Mundial, a transição para os empregos do futuro deve ser feita, entre outras abordagens, por meio da educação. Isso pode ser feito tanto em termos de requalificação e de formação continuada, como pode começar desde a Educação Infantil. 

É possível trabalhar diversas competências desde o período escolar, para preparar crianças e jovens para as futuras profissões. Hoje as habilidades mais importantes são consideradas o pensamento analítico e o pensamento criativo. De acordo com o relatório, elas devem permanecer prioritárias nos próximos cinco anos. 

Das tendências elencadas, a capacitação tecnológica, especificamente em inteligência artificial e big data, se tornará mais importante. E, entre as cinco habilidades mais desejadas pelas empresas, também estão resiliência, flexibilidade, motivação, autoconsciência e curiosidade. Em oitavo lugar no ranking, estão empatia e escuta ativa, relacionadas à capacidade de se trabalhar bem com outras pessoas.

Com relação às pesquisas anteriores, o pensamento criativo está aumentando em importância relativa ao pensamento analítico, à medida que as tarefas no local de trabalho se tornam cada vez mais automatizadas. Isso porque as empresas esperam que a automação do raciocínio e da tomada de decisão aumente em 9% até 2027. 

Todas essas competências são abordadas e trabalhadas na educação socioemocional e fazem parte da Metodologia OPEE há mais de 20 anos. Desde a Educação Infantil, as crianças aprendem sobre sentimentos, valores e a como construir relações. A partir dos anos iniciais do Ensino Fundamental, além de descobrirem a si mesmos e como funciona uma vida financeira saudável, já adentram o universo das profissões e do trabalho.

Com o passar dos anos, vão aprofundando o autoconhecimento, o desenvolvimento da inteligência emocional e o entendimento sobre o mercado e escolhas profissionais. Além disso, o ensino amplia temáticas como empatia, colaboração, cidadania, responsabilidade, respeito, visão ética e outras capacidades fundamentais para qualquer profissão, seja do presente, seja do futuro. 

Texto: Marcela Braz.

O resgate do humano em um mundo que tem pressa e tela demais

Sabemos como o excesso de pressa e exposição a telas não é natural e nem faz bem ao ser humano, mas seguimos vivendo assim. É compreensível, porque um aspecto nosso biológico e fundamental é o fator social, a necessidade de aceitação do bando, para assegurar a sobrevivência.

Mesmo em 2023, milhares de anos após deixarmos de ser essencialmente caçadores e coletores, isso não é tão distante da nossa realidade. Precisamos trabalhar para nos sustentarmos, e parte importante dessa equação inclui responder e-mails, ter um perfil no LinkedIn, responder mensagens de WhatsApp e, para muitos, ficar em frente à tela do celular e do computador durante o expediente. 

Além disso, já viraram lembranças distantes as pesquisas baseadas apenas na biblioteca da escola, transcrevendo frases e ideias à mão no caderno. Hoje em dia, temos ensino à distância ao nosso dispor, e os estudantes privilegiados também usam as telas para estudar.

Quanto à vida social, aprendemos a manter contato com as pessoas pelas redes sociais, fazendo vídeo chamadas, ouvindo áudios enquanto passamos aspirador na casa. Fora isso, o ritmo da vida atual parece ser ditado pelo medo. Se eu não entrar na esteira do tempo do outro, seja no trabalho, seja na vida pessoal, posso ser descartado.

Então nosso dilema permanece: como usar a tecnologia de forma equilibrada e    encontrarmos um ritmo possível e saudável, algo entre o chamado burnout e não sair da cama? Como tudo na vida, não há fórmula mágica, nem receita que sirva para todo mundo. 

Por isso mesmo, um bom caminho para começar é identificar qual é o seu ritmo pessoal, seu limite individual quanto à exposição a telas. Lembrando como ritmos e limites não são estáticos, são dinâmicos como nós, vivos como a natureza. Se considerarmos crianças e adolescentes, há parâmetros estabelecidos por órgãos como, por exemplo, a Sociedade Brasileira de Pediatria e outros que recomendam qual o limite de uso de telas nestas etapas do desenvolvimento. 

Um caminho para se ter essa compreensão é aumentar a consciência emocional e corporal. Sentir no corpo quando ele pede pausa, água, comida, descanso. E respeitar isso. O coração está acelerado, e a ansiedade galopante? Essa é uma comunicação importante sobre nossos limites e necessidades. 

Pode dar um certo medo de olhar para esses sinais. Um receio de abandonarmos todas as tarefas, nos tornarmos ineficientes profissionalmente, ou até de sermos excluídos socialmente por colocarmos alguns limites.

De acordo com uma pesquisa da International Stress Management Association (Isma), o Brasil é o segundo país no mundo com mais casos de burnout, distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico. E 20% dos brasileiros não ficam mais de 30 minutos longe do celular, de acordo com levantamento da Digital Turbine, em 2021.

Nesse contexto, para aumentar a consciência corporal e emocional, é preciso inserir espaços de descanso e conexão na rotina, para que virem hábitos. Algumas ideias práticas são meditar de manhã e à noite, fazer uma pausa para respirar antes de começar uma nova tarefa ou uma aula, incentivar os jovens a se conectarem com suas emoções e sensações corporais desde cedo, por meio da aplicação prática desses exercícios em aula, entre outras.

Para reduzir efetivamente o tempo de telas, com celulares e outros dispositivos, é preciso ter uma postura ainda mais firme e organizada. Colocar limites de tempo para o uso, criar o costume de deixar o celular longe de si – quando se está em casa, por exemplo – e tornar as vivências analógicas mais ricas e abundantes pode ajudar a transformar maus hábitos. Inserir mais leituras em papel, idas a peças de teatro, fazer programas artísticos ou na natureza, bem como investir em brincadeiras sem tela são algumas saídas.

Acima de tudo, o importante é não desistir. Podemos unir o entendimento de como é desafiador nadar contra a corrente à força de lutar pela vida que queremos ter. Testar ideias, adaptá-las à sua rotina pessoal, pensar em planos de contingência para situações inevitáveis e conversar com a família ou com quem divide a moradia são poderosos aliados ao comprometimento, que atualmente tem mais forças contra do que a seu favor.

Texto: Marcela Braz.

Leo na Mídia: Portal Conteúdo Aberto FTD!

Leo Fraiman escreveu um artigo para o Portal Conteúdo Aberto da FTD Educação sobre a parceria entre as famílias e a escola.

Leo destaca a importância do fortalecimento dessa relação e propõe adotar uma atitude empreendedora, transformadora, que norteie as relações e traga mais serenidade e sabedoria.

E você, como enxerga essa parceria entre as famílias e a escola?

Confira o artigo aqui!

Bullying nas escolas: como lidar e prevenir

A temática do bullying está sempre presente quando abordamos a educação de crianças e jovens. Isso porque nas últimas décadas, tem-se falado mais abertamente sobre o tema e as leis também se modificaram ao longo do tempo. Por exemplo, a lei nº 13.185, de 6 de novembro de 2015, caracteriza-o como “intimidação sistemática, quando há violência física ou psicológica em atos de intimidação, humilhação ou discriminação e, ainda:

I – ataques físicos;

II – insultos pessoais;

III – comentários sistemáticos e apelidos pejorativos;

IV – ameaças por quaisquer meios;

V – grafites depreciativos;

VI – expressões preconceituosas;

VII – isolamento social consciente e premeditado;

VIII – pilhérias.”

O cyberbullying também está definido na Lei que contempla o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying). No ambiente escolar, ao identificar casos de bullying por meio do comportamento dos estudantes ou a partir de relatos dos próprios alunos, é importante esclarecer como se dão as relações entre vítima(s) e agressor(es). Evidentemente que as famílias também precisam ter ciência e participar do processo de resolução de conflitos e agressões com as orientações da equipe da instituição escolar, evitando assim, que a situação se agrave ou até mesmo chegue a impactos legais. 

Não há um caminho único e muitas vezes as relações não são tão evidentes, por isso é importante um olhar atento e a busca por orientações e possibilidades de mediação de conflitos e fortalecimento da vítima, bem como a escuta do agressor, que possivelmente também está em situação de sofrimento.

Texto: Mariana Gonçalo.

Cultura da Paz

Somos impactados por aquilo que vemos, ouvimos e vivemos, sejam situações alegres ou negativas. Não estamos imunes ao mundo que nos cerca e isso significa a possibilidade que temos de nos indignar, entristecer, agir, transformar.

Sabemos que não temos controle sobre muitos dos acontecimentos da vida, mas é possível buscar algum controle sobre aquilo que absorvemos e assimilamos. A ideia de Viktor Frankl, de que nosso poder de escolha, mesmo que limitado, é o que nos direciona rumo à pessoa que queremos ser, pode nos auxiliar a lidar com os acontecimentos atuais. Segundo ele, se não podemos mudar a realidade ou o contexto ao nosso redor, ainda assim, em última medida, podemos mudar nossa forma de lidar com aquilo que nos impacta.

Há situações extremas de sofrimento, como por exemplo, campos de concentração, situações de guerra, mortes violentas por motivos torpes, por intolerância, pelo ímpeto de aniquilar a vida alheia, como infelizmente poderíamos exemplificar com notícias que vemos relatadas.

O sentido que se dá após esses acontecimentos, a narrativa construída sobre como isso afeta cada um, individualmente, e também como afeta coletivamente os envolvidos e aqueles que testemunham uma catástrofe ou mesmo um acontecimento provocado pelo ser humano, é que vai permitir essa tênue possibilidade de cada um lidar com aquilo que ocorreu. Esse não é um trabalho apenas individual, mas também coletivo, pois as formas de enfrentamento envolvem recursos psíquicos, sociais, materiais, de colaboração e muitos outros.

Levando isso em conta, podemos refletir como nós educadores e familiares temos lidado com o que a vida apresenta para nós, sejam os acontecimentos aparentemente distantes, ou mesmo aqueles que nos afetam diretamente, como por exemplo, a perda de um ente querido durante a pandemia de COVID-19 e, além disso, sem poder concretizar os rituais que fazem parte do processo de luto.

É importante também nos questionar: como podemos ser um exemplo e uma inspiração para estimular o engajamento de crianças e jovens em atitudes solidárias, conjuntas e que promovam a superação, uma cultura de paz e a construção de sentidos? Em casa e na escola, podemos praticar ações, tais como:

  • conversar e promover uma abertura para o diálogo. Pode parecer simples, mas o contrário disso, um ambiente de silenciamento ou de invisibilidade não favorece o desenvolvimento do autoconhecimento, da empatia, da colaboração e de outros fatores que ajudam na elaboração do que nos afeta. Por exemplo: apresentar um assunto, fazer perguntas sobre o que cada um pensa ou sente, acolher o que cada um apresenta.
  • contar histórias, ler histórias, inventar histórias. Tudo isso estimula a proximidade, o compartilhamento de ideias, a imaginação, a criatividade, o mundo simbólico.
  • brincar, sozinhos ou em grupo. Sejam brincadeiras de interação, introspecção, de movimento corporal, enfim, o objetivo é ter momentos de bem-estar e leveza sem necessariamente uma finalidade específica, apenas estar junto ou se divertir por um instante.
  • estar ao lado, e não fazer pelos outros. Permitir que cada um se responsabilize, dentro de suas capacidades e possibilidades, estando ao lado, é essencial para a construção da autonomia e da autoconfiança. Por exemplo, não querer aliviar a todo custo sentimentos incômodos que crianças e jovens relatam, mas entender como isso faz parte da vida e como podem ser importantes para nos indicar como estamos.
  • cultivar ações cotidianas que podem fazer alguma diferença. Gestos aparentemente triviais nos lembram de que nossas ações têm consequências e de que podemos fazer algo de positivo. Por exemplo, cozinhar juntos e produzir uma comida ou sobremesa gostosa, cheirosa; tratar as pessoas ao nosso redor com delicadeza e apreço; ajudar alguém.

A cultura da paz, do diálogo, da solidariedade se fortalece no dia a dia, não em uma ação única e isolada. A cultura da paz não se revela apenas diante da violência e do confronto, mas nos acontecimentos cotidianos, muitos dos quais nos convocam a responder: o que posso fazer diante disso? Qual o sentido desses acontecimentos em minha vida? E a cada nova resposta, vamos ensaiando acertos, fracassos e novas tentativas de viver melhor.

Texto: Mariana Gonçalo | Foto: Deposiphotos

Como a Metodologia OPEE ajuda estudantes a desenvolverem um projeto de vida consciente

Existem muitas crenças em torno do que é projeto de vida e de como desenvolvê-lo nas escolas. Por vezes, pode parecer um conjunto de escolhas e planos para guiar os alunos em suas futuras carreiras profissionais.

Mas o projeto de vida vai muito mais além do “o que você quer ser quando crescer?”. É um planejamento para se conquistar objetivos estáveis – mas não imutáveis –, carregados de sentido pessoal e orientados por valores éticos. É embasar a possibilidade de fazer escolhas e suprir a necessidade de construir o próprio sentido para a vida. 

Ou seja, o objetivo não é formar futuros profissionais. É auxiliar esses jovens na construção de si mesmos e de seus sonhos, em todas as áreas da vida. É transformar esses desejos em metas de curto, médio e longo prazo, seguindo valores éticos.

E a Metodologia OPEE inclui também um olhar para a sustentabilidade e o planejamento financeiro, bem como contempla um projeto que pode ser construído em família. Isso porque os laços familiares (não apenas de parentesco) têm um papel fundamental no desenvolvimento das competências socioemocionais, por serem o principal contexto de interações sociais da criança e do jovem.

Então, para superar sentimentos de medo, insegurança e angústia diante do futuro, é importante criarmos ambientes acolhedores e motivadores em casa e na escola. Que sejam humanizados e capazes de inspirar a transformação dessa inquietação em atitudes, e das dúvidas em busca. O projeto de vida é um alicerce para, em vez de temer o futuro, tomá-lo pelas mãos e criar uma vida boa e feliz com protagonismo e autonomia. 

Assim, nossos materiais oferecem inspirações, possibilidades e caminhos práticos para professores, alunos e suas famílias (re)encontrarem o próprio equilíbrio emocional. A olharem com mais gentileza a si mesmos e se empoderarem, para enfrentar e superar momentos delicados da vida pessoal e familiar. A contribuir para a formação integral e integrada de todos, a fim de que ofereçam seu melhor para o bem comum. 

Outro ponto é: como fazer tudo isso em um contexto de transformação digital, crescente tempo de exposição a telas e intensos debates sobre o futuro da educação? A Metodologia OPEE tem mais de 20 anos de experiência e, ao longo desse tempo, vem se adaptando às novas tecnologias, incluindo técnicas para lidar com uso excessivo de celulares, computadores e jogos de videogame. 

Todos esses elementos que tornam nossa vida contemporânea mais complexa precisam ser contemplados e incluídos no processo, para termos um projeto de vida mais consciente e realista. Não podemos escolher nossas dores, mas sim, a maneira como vamos enfrentá-las. E, com nosso otimismo realista, estamos com vocês para sempre fazermos o melhor com o que temos.

Texto: Marcela Braz.

Dia Mundial do Trabalho e seu significado para a ética e a cidadania

O Dia do Trabalho (ou Dia do Trabalhador), firmado internacionalmente em 1º de maio, foi adotado no Brasil em 1895, quase 10 anos após o evento que o inspirou. Depois de anos de pressão sindical, tornou-se feriado em 1925 e até hoje é marcado por atos e comemorações dos sindicatos em todo o país.

O contexto de sua origem é a disseminação da Revolução Industrial pelo continente americano e das precárias condições de trabalho normalizadas naquele tempo. Entre elas, longas e extenuantes jornadas, ambientes insalubres, bem como a ausência de planejamento empresarial, ou legislação para proteger as necessidades dos trabalhadores. Por isso, eles se organizaram em sindicatos e outras formas de representação, assim como criaram estratégias para pressionar os donos das indústrias. 

Nessa linha, houve uma onda de greves gerais nos Estados Unidos no século 19 e, em 1º de maio de 1886, os trabalhadores de Chicago iniciaram uma greve geral que se estendeu por quatro dias. A cidade era o principal centro industrial do país na época, e a mobilização foi duramente reprimida pela polícia, com dezenas de pessoas mortas e seis condenadas à pena de morte.

Anos depois, em 1889, foi oficializado o dia 1º de maio como sendo o do trabalhador, em homenagem aos atos de Chicago. O congresso realizado em Paris pela Segunda Internacional – organização de partidos operários e socialistas de diversos países – iniciou um movimento que conquistou benefícios como a redução da jornada de trabalho para 8 horas, além do direito a férias e ao descanso semanal. 

Embora os eventos de 1º de maio não engajem a população brasileira, que muitas vezes não sabe de sua origem, a data não deixa a história e o nosso dever social serem esquecidos. Isso porque, se hoje podemos descansar aos fins de semana, ou tirar folgas em outros dias, além de desfrutarmos de férias e de jornadas mais justas, é graças às conquistas sociais de quem veio antes de nós. Portanto, se há aspectos da sociedade, em nosso bairro, cidade ou país, que não são considerados bons, cabe a nós participarmos da política das nossas comunidades.

Um dos pilares de se trabalhar o projeto de vida nas escolas e de se adotar a educação socioemocional é a formação ética do aluno como cidadão. Pensando nisso, podemos lembrar que um dos significados de ética é a investigação sobre aquilo que é bom, que tem como objetivo facilitar a realização das pessoas, para que tenham boas vidas no âmbito coletivo.

Assim, faz parte do nosso dever ético investigar maneiras de melhorar nossas vivências e as das outras pessoas. Pensar, discutir e tomar atitudes, mesmo pequenas, para caminharmos em direção a um mundo mais equânime e sustentável. 

Texto: Marcela Braz.

UMA PARCERIA CAMPEÃ EM AVALIAÇÃO SOCIOEMOCIONAL

A FTD Educação, em parceria com o Instituto Ayrton Senna,atuará junto à Metodologia OPEE ao oferecer um instrumento de avaliação socioemocional focado em estudantes do Ensino Fundamental Anos Finais e do Ensino Médio. O instrumento, aplicado por meio da Plataforma Farol, avalia estudantes com base no autorrelato, permitindo o mapeamento do desenvolvimento das competências socioemocionais da turma. O objetivo é ajudar a preparar crianças e jovens a enfrentar os desafios no século 21. 

Com isso, a aplicação do instrumento gera subsídios para que os educadores conheçam aspectos relacionados ao desenvolvimento pessoal dos seus estudantes e explorem a temática de forma dinâmica em sala de aula.

SOBRE O INSTITUTO

O Instituto Ayrton Senna é reconhecido internacionalmente pelo trabalho em prol da Educação brasileira. Com quase 30 anos de atuação, já impactou a vida de mais de 36 milhões de educadores, estudantes e famílias. A missão do Instituto é transformar vidas que transformam o mundo ao criar oportunidades para que cada ser humano reconheça e desenvolva todo o seu potencial.

 

Texto: FTD Educação e Instituto Ayrton Senna.

Como apreciar e cuidar do nosso país

Uau, essa parece ser uma grande tarefa, não? “Cuidar do nosso país”, um território tão vasto que forma o quinto maior do planeta, com uma população de 200 milhões de habitantes, também a quinta maior do mundo. Isso considerando um dia a dia corrido, em que mal cuidamos de todas as áreas da nossa própria vida com o afinco que gostaríamos. 

Mas, pera lá, da mesma forma como a Metodologia OPEE nos ampara com relação a priorizar e encaminhar cada área da nossa vida, podemos também encontrar maneiras simples de exercer nossa cidadania, sem colocar o peso do Brasil nas nossas costas. Até porque somos muitos, não é mesmo? Não é preciso resolver tudo sozinho.

Pensando nisso, podemos retomar a famosa ideia de pensar globalmente e agir localmente. Para ser um cidadão ativo, não é preciso e nem plausível uma única pessoa criar um projeto tão grandioso que resolverá os problemas da nação. Há pequenos hábitos e atitudes que estão ao nosso alcance, que podemos inserir aos poucos no nosso dia a dia.

A começar por como vemos e falamos do país. Uma sugestão inicial é se atentar à cultura de nos depreciarmos e nos considerarmos um dos piores do mundo, como se só aqui existissem certos problemas. Frases como “O Brasil não tem jeito” não são construtivas e nem factíveis.

Está nas nossas mãos cobrar o poder público local e federal do que gostaríamos de ter. Desde denunciar uma obra acontecendo em horários indevidos, que te acorda de madrugada, até escolher com cuidado em quem votar em época de eleições. Em vez de apenas reclamar de como as coisas não são como gostaríamos, podemos nos perguntar: existe algo possível que eu poderia fazer a respeito?

Muitas vezes, pensar dessa forma não foi estimulado na nossa criação e não estamos acostumados a perceber e a usar nosso poder de ação transformadora. Assim, é importante trazer essa mentalidade para crianças e jovens, seja com o envolvimento em um grêmio estudantil, seja participando em família de algum grupo do bairro, que se reúne para discutir os interesses locais e preservar esse espaço.

Para além da política, conhecer o território e sua cultura nos conecta mais profundamente com ele. Visitar pontos turísticos em sua própria cidade pode ser um passeio gostoso de fim de semana e, ao mesmo tempo, um estímulo a conhecer melhor a história do seu município. Depois, quem sabe, fica mais fácil expandir os horizontes para as cidades vizinhas.

Ocupar museus, bibliotecas, parques e centros culturais nos engrandece e nos conecta com as origens e a cultura brasileiras. E isso pode ser um pontapé para exercermos uma cidadania mais consciente. Pois como vamos cuidar de algo que não conhecemos bem, que não ocupamos e vivenciamos? 

Os primeiros passos podem ser mais desafiadores, porque pedem uma mudança de atitude, mas também são os mais simples. Que tal primeiro conhecer e reconhecer o que está posto, para então ter ideias mais fundamentadas sobre como zelar pelo Brasil de uma maneira realista?

Texto: Marcela Braz.

O projeto de vida mais completo para a sua escola

Com a implementação da BNCC nas escolas, muitas unidades de ensino começaram uma corrida desenfreada por incorporar a aprendizagem socioemocional nos currículos, às vezes sem nem entender o que é. 

Antes de tudo, socioemocional não se chama assim por acaso. Com o trabalho sobre a parte emocional, a mais conhecida, há os componentes social, ético e a construção de um projeto de vida. Autoconhecimento, autorregulação, consciência social, habilidades de relacionamento e tomada de decisão responsável são seus pilares.

Assim, um projeto de vida completo começa com o desenvolvimento de uma boa relação do aluno consigo mesmo e com as demais pessoas, para que se torne cada vez mais consciente e seguro. Com autodomínio e autoconhecimento, aí sim ele terá as ferramentas necessárias para fazer uma das escolhas mais importantes de sua vida: a futura profissão.

A Metodologia OPEE também inclui o conhecimento de diversos caminhos profissionais, o funcionamento do mercado de trabalho e o desenvolvimento de uma atitude empreendedora. Junto com os temas da empregabilidade e do empreendedorismo, há a educação financeira voltada ao consumo consciente e a fundamentação das decisões em valores humanos essenciais.

Além disso, com esses elementos primordiais para a formação do ser humano, trazemos outras perspectivas. Nossa nascente é a Logoterapia, linha terapêutica criada pelo psiquiatra austríaco Viktor Frankl, que nos ensina a apreciar a vida, mesmo com seus altos e baixos, e a nos conscientizarmos da responsabilidade de construir nossa própria história. 

Também agregamos à metodologia os saberes da filosofia existencialista do francês Jean-Paul Sartre, segundo a qual nunca estaremos prontos; estamos em eterna construção. Por isso, o projeto de vida não é um plano finito, definido uma única vez. Não há como ele ser sempre o mesmo, porque não somos sempre os mesmos. 

Tudo isso é fruto de mais de 20 anos dedicados a auxiliar crianças e jovens a chegarem à melhor versão de si mesmos, construindo projetos de vida transformadores. E esse case de sucesso chegou à ONU em 2019, para o Simpósio Internacional Formando Lideranças para o Desenvolvimento Futuro.

Trabalhamos muito além do socioemocional. E expandimos esse horizonte ainda mais, para trabalhar a formação do ser humano de maneira integral e integrada. 

Texto: Mariana Gonçalo e Marcela Braz