Dia Mundial do Trabalho e seu significado para a ética e a cidadania

O Dia do Trabalho (ou Dia do Trabalhador), firmado internacionalmente em 1º de maio, foi adotado no Brasil em 1895, quase 10 anos após o evento que o inspirou. Depois de anos de pressão sindical, tornou-se feriado em 1925 e até hoje é marcado por atos e comemorações dos sindicatos em todo o país.

O contexto de sua origem é a disseminação da Revolução Industrial pelo continente americano e das precárias condições de trabalho normalizadas naquele tempo. Entre elas, longas e extenuantes jornadas, ambientes insalubres, bem como a ausência de planejamento empresarial, ou legislação para proteger as necessidades dos trabalhadores. Por isso, eles se organizaram em sindicatos e outras formas de representação, assim como criaram estratégias para pressionar os donos das indústrias. 

Nessa linha, houve uma onda de greves gerais nos Estados Unidos no século 19 e, em 1º de maio de 1886, os trabalhadores de Chicago iniciaram uma greve geral que se estendeu por quatro dias. A cidade era o principal centro industrial do país na época, e a mobilização foi duramente reprimida pela polícia, com dezenas de pessoas mortas e seis condenadas à pena de morte.

Anos depois, em 1889, foi oficializado o dia 1º de maio como sendo o do trabalhador, em homenagem aos atos de Chicago. O congresso realizado em Paris pela Segunda Internacional – organização de partidos operários e socialistas de diversos países – iniciou um movimento que conquistou benefícios como a redução da jornada de trabalho para 8 horas, além do direito a férias e ao descanso semanal. 

Embora os eventos de 1º de maio não engajem a população brasileira, que muitas vezes não sabe de sua origem, a data não deixa a história e o nosso dever social serem esquecidos. Isso porque, se hoje podemos descansar aos fins de semana, ou tirar folgas em outros dias, além de desfrutarmos de férias e de jornadas mais justas, é graças às conquistas sociais de quem veio antes de nós. Portanto, se há aspectos da sociedade, em nosso bairro, cidade ou país, que não são considerados bons, cabe a nós participarmos da política das nossas comunidades.

Um dos pilares de se trabalhar o projeto de vida nas escolas e de se adotar a educação socioemocional é a formação ética do aluno como cidadão. Pensando nisso, podemos lembrar que um dos significados de ética é a investigação sobre aquilo que é bom, que tem como objetivo facilitar a realização das pessoas, para que tenham boas vidas no âmbito coletivo.

Assim, faz parte do nosso dever ético investigar maneiras de melhorar nossas vivências e as das outras pessoas. Pensar, discutir e tomar atitudes, mesmo pequenas, para caminharmos em direção a um mundo mais equânime e sustentável. 

Texto: Marcela Braz.