Reflexões sobre o futuro...

Reflexões sobre o futuro…

Com alguma frequência, costumamos ouvir ou ler sobre tendências em relação ao futuro, incluindo aí, o futuro do trabalho e das profissões. Muitas vezes as informações são alarmantes ou preocupantes, outras, temos a impressão de que não há nada de tão novo assim. E nesse contexto de abundância de dados e investigações, parece cada vez mais desafiador driblar o cansaço provocado pela busca de fontes confiáveis, pela seleção dos aspectos relevantes e pela questão que sempre se coloca: o que fazer com tudo isso?

Sim, porque os apontamentos de tendências não são garantias do que está por vir, mas sim sinais indicadores das possibilidades mais prováveis e plausíveis. E ao nos depararmos com os indícios sobre o futuro do trabalho, isso impacta a todos nós, não necessariamente apenas a profissão de alguém, mas também na forma como vamos nos relacionar, consumir, aprender, conhecer, trabalhar, nos transportar, enfim, viver.

De acordo com o relatório da McKinsey Global Institute, publicado em fevereiro de 2021, sobre o futuro do trabalho após a COVID-19, a pandemia acelerou três grandes tendências que parecem que irão permanecer mesmo quando a pandemia desagravar:

 

  1. O trabalho remoto e as reuniões virtuais provavelmente continuarão, mesmo que de forma menos intensa do que anteriormente.
  2. e-commerce e outras transações virtuais, por sua vez, continuarão em alta (telemedicina, online banking, entre outros).
  3. Maior adoção da automação e de inteligência artificial (IA), principalmente nas categorias de trabalho que envolvem bastante proximidade física.

Vale ressaltar que a pesquisa envolveu 8 países com diversos modelos de mercado de trabalho.

Uma outra tendência apontada para estes países é o aumento de demanda (maior do que antes da pandemia) por ocupações ligadas à saúde e ocupações STEM, sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática. Isso se explica porque a população vem envelhecendo e também devido a uma necessidade crescente de profissionais que saibam lidar com tecnologia. 

É importante ressaltar também que os trabalhadores precisarão desenvolver habilidades socioemocionais, bem como habilidades com tecnologia para ingressar em ocupações com faixas salariais e remuneração mais altas. Este é um exemplo de tendência que temos nos deparado já há algum tempo, desde antes da pandemia e que inclusive as novas mudanças do Novo Ensino Médio também propõem: o desenvolvimento das habilidades socioemocionais e competências não apenas cognitivas. 

Independentemente das áreas profissionais que terão mais ou menos demanda, do impacto também na geografia das cidades e nos serviços (devido à diminuição de viagens a trabalho e ao aumento de algumas áreas que podem fazer trabalho remoto), o que nos chama a atenção e pode guiar nossas ações é justamente a conhecida capacidade de nos adaptarmos, de convivermos bem uns com os outros, de criarmos e buscarmos soluções para problemas complexos. Tudo isso tem a ver com as chamadas habilidades socioemocionais, que são essenciais para todo trabalhador tentar buscar alternativas quando sua área sofre uma retração ou até é extinta, ou mesmo quando há um mar de oportunidades novas em sua área. Procurar criar alternativas ainda não pensadas ou mesmo aproveitar aquelas que já estão escancaradas depende não apenas da competência técnica (a qual pode ser desenvolvida), mas muito das habilidades sociais e emocionais (as quais também podem ser desenvolvidas).

A Metodologia OPEE, há mais de 20 anos trabalhando com a construção de projetos de vida e com o desenvolvimento das competências socioemocionais entende a importância destas competências e por isso mesmo, procura, por meio dos materiais e serviços às escolas, educadores e alunos, desenvolvê-las ao longo de toda a trajetória escolar, considerando inclusive que não se encerram ao término do Ensino Médio, mas são um empenho por toda a vida.

Que diante de tantas informações, tendências e apontamentos, não percamos a curiosidade, a capacidade de mantermos a postura e atitude de aprendizes e reconhecer que o futuro, na verdade, é o resultado de nossas atitudes e hábitos de hoje. 


Fonte:
McKinsey Global Institute – The future of work after COVID-19, 18 de fevereiro de 2021.
Disponível em: https://www.mckinsey.com/featured-insights/future-of-work/the-future-of-work-after-covid-19

Foto: Deposiphotos