As pessoas são mais bondosas do que acreditamos, diz estudo

Os resultados divulgados no Relatório Mundial da Felicidade 2025 estão bem alinhados às ideias trabalhadas pela OPEE Educação, seja em sala de aula, seja nos conteúdos feitos para famílias e educadores. Entre as conclusões apresentadas na pesquisa, descobriu-se que as pessoas são mais bondosas do que se espera. E acreditar na benevolência dos outros é um dos fatores importantes para influenciar o quanto se é feliz. 

Isso ficou claro com base em evidências globais sobre a devolução de carteiras perdidas. Elas mostram que os indivíduos são excessivamente pessimistas em relação à bondade dos integrantes de suas comunidades. Porque as taxas reais de devolução de carteiras são cerca de duas vezes maiores do que as expectativas dos entrevistados.

Além disso, acreditar que outras pessoas devolveriam sua carteira perdida também é um forte indicador de felicidade da população. As nações nórdicas, mais uma vez, lideram o ranking dos países mais felizes do mundo e também estão entre os primeiros colocados tanto na expectativa como na taxa real de devolução de carteiras perdidas.

Esses achados fazem parte dos temas cuidar e compartilhar do documento deste ano, publicado no fim de março. Ou seja, o objetivo foi mapear o quanto cuidar e se importar com os outros, bem como compartilhar momentos e vivências em família, têm impacto na percepção de felicidade das populações.

Entre as descobertas difundidas na edição atual estão:

  • Compartilhar refeições com outros está fortemente ligado ao bem-estar em todas as regiões do mundo. No entanto, o número de pessoas que jantam sozinhas nos Estados Unidos aumentou 53% nos últimos 20 anos.
  • O tamanho da família está diretamente relacionado à felicidade. Em países como México e na Europa, lares com quatro ou cinco familiares são os mais felizes. No entanto, muitos vivem sozinhos no velho continente.
  • Em 2023, 19% dos jovens adultos no mundo relataram não ter ninguém em quem confiar para obter apoio social, um aumento de 39% em relação a 2006.
  • Mortes por desespero são menos frequentes em países onde atos de bondade são mais comuns.
  • O declínio da felicidade e da confiança social nos EUA e em partes da Europa está diretamente ligado ao aumento da polarização política e do voto anti-sistema.
  • A eficácia dos investimentos em caridade varia drasticamente. Algumas instituições são centenas de vezes mais eficientes em aumentar a felicidade por dólar gasto do que outras.

Esses dados da Gallup World Poll e outras fontes, incluindo a Lloyd’s Register Foundation World Risk Poll, foram analisados por especialistas em ciência do bem-estar. E publicados no Dia Internacional da Felicidade da ONU, 20 de março, pelo Centro de Pesquisa de Bem-Estar da Universidade de Oxford, em parceria com a Gallup e a Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU. 

Com essas informações, é possível entender que a felicidade humana é impulsionada por nossos relacionamentos com os outros. Investir em conexões sociais positivas e em ações benevolentes está diretamente ligado a uma maior felicidade, como explica, na página de divulgação do documento, Lara B. Aknin, professora de Psicologia Social da Simon Fraser University e editora do relatório.

Se antes ser feliz era visto apenas como um reflexo das condições econômicas individuais, o relatório reforça como o suporte emocional, o envolvimento comunitário e a qualidade das relações interpessoais são fatores igualmente determinantes. Então, fortalecer esses aspectos é essencial para termos uma sociedade mais feliz e equilibrada.

Texto: Marcela Braz.