Iniciativas do documentário “Quem Se Importa” para conhecer e acompanhar

A equipe OPEE está em constante atualização: estudamos, lemos livros e consumimos produções culturais alinhadas ao nosso trabalho de construtores de um mundo melhor. Em um dos nossos encontros, assistimos ao documentário “Quem Se Importa”, para nos inspirarmos com as iniciativas de 18 empreendedores sociais ao redor do mundo.

O longa da cineasta Mara Mourão, filmado em sete países e narrado por Rodrigo Santoro, desperta o ser transformador que reside em cada um de nós, capaz de mudar sua comunidade para melhor. Ideia totalmente alinhada à Metodologia OPEE, não?

Assim, para espalharmos essas sementes, compartilhamos a seguir os empreendimentos brasileiros retratados no filme. São projetos inspiradores que, além de nos motivar e nos dar ideias, podem ser apoiados por nós.

 


  • Doutores da Alegria

Fundada em 1991 por Wellington Nogueira, a famosa ONG introduziu a arte da palhaçaria no universo da saúde, intervindo junto a crianças, adolescentes e outros públicos em situação de vulnerabilidade e risco social em hospitais públicos. Já foram realizadas mais de 2 milhões de intervenções com o programa Palhaços em Hospitais.

No Rio de Janeiro, o projeto Plateias Hospitalares faz a curadoria de uma programação artística permanente e gratuita em sete hospitais públicos, que inclui teatro, música, dança, circo e poesia. Outra iniciativa é a Escola dos Doutores da Alegria, que prepara estudantes e artistas para intervir em palcos diversos e improváveis com a máscara do palhaço.

“O que uma empresa pode aprender com uma ONG? O que uma ONG pode aprender com uma empresa? E, nesse processo, será que é possível a gente buscar uma convergência e justamente criar um novo modelo de gestão? Um novo modelo de empresa que nasce socialmente responsável e só é bem-sucedido porque todo o seu entorno é bem-sucedido também?”, questiona Nogueira no filme.

 


  • Instituto Dara

Ainda conhecido como Saúde Criança no filme, o Instituto Dara trabalha para reestruturar e promover o autossustento de famílias vulneráveis. Uma vez que a pobreza é multidimensional, o objetivo é abordar, simultaneamente e de maneira integrada, diversas áreas do desenvolvimento humano por meio da metodologia social Plano de Ação Familiar (PAF), desenhado de acordo com as necessidades de cada família.

O PAF inclui ações nas áreas de saúde, moradia, geração de renda, cidadania e educação. E recebeu, em 2003, a certificação de Tecnologia Social da Fundação Banco do Brasil. “Quando a gente pensa em mudar o mundo, a gente sempre pensa em grandes milagres, em grandes somas de recursos, em novas tecnologias. Nós não precisamos disso”, diz no documentário Vera Cordeiro, presidente do Instituto Dara.

 


  • Saúde e Alegria

Desde 1987, o Saúde e Alegria atua em comunidades da Amazônia brasileira promovendo e apoiando processos de desenvolvimento comunitário integrado e sustentável, que contribuem para o aprimoramento das políticas públicas, a qualidade de vida e o exercício da cidadania das populações atendidas.

Os programas visam a organização social, os direitos humanos, a saúde, o saneamento, a geração de renda, a educação, a cultura, a comunicação e a inclusão digital de povos tradicionais extrativistas, organizados em comunidades de difícil acesso na zona rural, geralmente em situação de risco e exclusão social.

“Cada pequeno problema na comunidade é resultado de todos os fatores que envolvem aquela comunidade, desde os culturais, sociais, econômicos, históricos e de organização social. Então para você desenvolver uma comunidade, você precisa mexer com tudo”, explica Eugênio Scannavino, médico criador e coordenador do Saúde e Alegria.

 


  • Banco Palmas

O Banco Palmas implementa projetos de trabalho e geração de renda por meio de sistemas de economia solidária, em que todos são produtores, consumidores e atores sociais, com foco prioritário na superação da pobreza. Fundado em janeiro de 1998 pela Associação dos Moradores do Conjunto Palmeiras (ASMOCONP), no sul de Fortaleza, oferece cursos para a comunidade, apoia a economia local e projetos sociais, além de proporcionar empréstimos para comerciantes locais com juros baixos.

A iniciativa surgiu com a reurbanização do bairro Palmeiras, que trouxe asfalto, comércio e saneamento básico ao local, mas o avanço não foi acompanhado pela capacidade da população de se sustentar e pagar as contas básicas. Por isso, o teólogo Joaquim Melo resolveu criar mecanismos para manter o dinheiro da população no comércio local.

“A pobreza não é uma sentença. A pobreza não é uma dádiva de Deus, nem uma coisa que não tem jeito. Basta que nós possamos aqui produzir, consumir, vender, comercializar uns para os outros”, conta em “Quem se Importa?” Joaquim Melo, criador do Banco Palmas.

 


  • Renctas

Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres, a Renctas é uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) que luta pela conservação da biodiversidade em todo o Brasil por meio de parcerias com a iniciativa privada, o poder público e o terceiro setor. Foi fundada em 1999 pelo ambientalista Dener Giovanini, que recebeu, entre outros prêmios, o UNEP Sasakawa – mais importante e prestigiado prêmio ambiental do planeta – dado pela ONU em 2003.

“Qualquer um pode ser um empreendedor social. Não é uma benção divina. Você não toma um comprimido para virar um. Você simplesmente se conscientiza do seu poder de transformação”, diz Giovanini no longa.

 

Texto: Marcela Braz.